sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Conmebol romper com histórico de omissão e barrar torcida corintiana

  

A morte de um jovem boliviano atingido por um foguete sinalizador disparado por um torcedor do Corinthians durante partida da Copa Libertadores na cidade de Oruro (BOL), na última quarta-feira, entre o clube brasileiro e o San José, fez a Conmebol, entidade que rege o futebol sul-americano, romper com um histórico de impunidade a clubes envolvidos em incidentes de violência em jogos oficiais que vem desde a década de 1960 (veja quadro ao fim desta reportagem).

Antes disso, a confederação sul-americana só havia punido o Grêmio - com menor rigor - por causa do acidente durante a 'avalanche' de torcedores na partida contra a LDU, pela fase prévia da Libertadores, no último dia 30 de janeiro. A arquibancada da Arena Grêmio em que aconteceu o incidente, atrás de um dos gols, também foi fechada para o jogo seguinte do time tricolor contra o Huachipato, na estreia da fase de grupos.

Na última quinta-feira à noite, a Conmebol divulgou sua decisão de punir o Corinthians pela morte do torcedor boliviano obrigando o clube a jogar sem a presença de torcida no estádio nos jogos da Libertadores. A medida é cautelar, ou seja, vale até que a confederação sul-americana tome uma decisão final, o que deverá ocorrer dentro de 60 dias.

 De acordo com o que ordena o artigo 11 do novo código disciplinar da entidade, lançado no ano passado, "associações e clubes podem ser punidos por comportamento inadequado de seus torcedores". Entre esses comportamentos está "usar sinalizador, fogos de artifício ou qualquer artefato pirotécnico".

Logo, segundo o documento, além da responsabilidade do mandante pela segurança do local da partida, o visitante deve ser punido por atos de indisciplina dos seus torcedores. As punições previstas vão de aplicação de multa até a exclusão do time do torneio, passando pela proibição da presença de torcedores nos jogos.

O clube brasileiro terá três dias para apresentar sua defesa ao recém-criado tribunal disciplinar da Conmebol e, assim, tentar reverter a decisão cautelar. Os advogados do Corinthians não arriscam um prognóstico do que irá acontecer. “Seria um achismo. Não há um caso para comparar já que o tribunal da Conmebol é um órgão novo”, diz Luiz Felipe Santoro, advogado do clube.

Por enquanto, o time ensaia uma estratégia para tentar responsabilizar o mandante do jogo, o San José, pelo incidente. O tribunal da Conmebol é formado por cinco membros.
Um deles é o brasileiro Caio Rocha, vice-presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), que não participará da decisão por ser brasileiro e ter ligação com uma das partes envolvidas. O comitê será dirigido pelo uruguaio Adrian Leiza, vice-presidente do tribunal. Caso haja um empate de dois votos, será Leiza quem definirá a punição.

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