terça-feira, 14 de maio de 2013

Sem árbitros brasileiros nas Confederações, associação pede fim de sorteio

O árbitro Sandro Meira Ricci











A arbitragem precisa de mudanças para conseguir ter novamente um brasileiro entre os melhores do mundo.
A análise é do presidente da Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol), Marco Antônio Martins, depois que a Fifa divulgou, nesta segunda-feira, a lista dos dez árbitros que trabalharão na Copa das Confederações, em junho. Não há brasileiros.
"É preciso rever algumas coisas, como a questão do sorteio para as partidas, que acaba deixando os árbitros sem escala por algum tempo, e a profissionalização", disse Martins.

A Fifa não incluiu brasileiros porque os dois mais cotados inicialmente, o paulista Wilson Luiz Seneme e o gaúcho Leandro Pedro Vuaden, foram reprovados em testes físicos no fim de 2012.
A vaga brasileira na pré-lista de 52 que disputam vaga também na Copa-2014 foi para o mineiro Sandro Meira Ricci. O problema é que ele teve pouco tempo para participar do programa que a Fifa criou para preparar os árbitros para o Mundial do ano que vem, o "Rumo à Copa do Mundo do Brasil". Estes treinamentos são feitos pelo chefe de arbitragem da Fifa, o suíço Massimo Busacca.
Este foi o motivo de Ricci ficar fora dos dez escolhidos para a Copa das Confederações - pela Conmebol foram escolhidos o chileno Enrique Osses e o argentino Diego Abal. Entre os 20 bandeirinhas (auxiliares ou assistentes) também não há brasileiros.
Desde a criação do Estatuto do Torcedor, em 2003, as federações precisam sortear os árbitros para a definição das escalas. Segundo Martins, isso acaba deixando os principais juízes do Brasil muito tempo sem trabalhar.
"Um árbitro Fifa, muitas vezes, acaba tendo apenas duas escalas por mês. Com isso, fica 15, 20 dias sem trabalhar e logo aparece um jogo decisivo. Imagina um jogador que fique 20 dias sem jogar e tem que disputar uma final, como ele chegaria?", disse Martins.

Editoria de Arte/Folhapress
O último árbitro brasileiro com destaque internacional foi José Roberto Wright, que apitou a semifinal da Copa do Mundo de 1990, na Itália, na qual a Alemanha venceu a Inglaterra. Antes dele, em 1986, Romualdo Arppi Filho comandou a final da Copa de 1986, no México, entre Alemanha e Argentina, e Arnaldo César Coelho a decisão de 1982, na Espanha, entre Itália e Alemanha.
O gaúcho Carlos Eugênio Simon foi o indicado para as últimas três Copas (2002, 2006 e 2010), o que comprova a falta de renovação na arbitragem brasileira.
"É preciso também trabalhar com a profissionalização, nem que seja de um número restrito de árbitros. O Ricci, por exemplo, é funcionário público federal, ele não treina em tempo integral. O árbitro faz horários alternativos de treinamentos, como seis da manhã ou dez da noite, o que também não é bom", disse Martins.
Para a Copa-2014, a Fifa deve escolher entre 25 e 30 árbitros e é improvável que Sandro Meira Ricci não seja escolhido, mesmo que apenas para apitar jogos sem seleções importantes em campo. Caso algum problema aconteça com ele, o reserva é o paranaense Heber Roberto Lopes.

 MARCEL RIZZO
DE SÃO PAULO

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