Francisco Dandão
Nesta quinta-feira, 13, comemora-se o
Dia Mundial do Rádio. A data foi criada em 2011, pela Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). O dia foi escolhido
para lembrar o instante em que, no ano de 1946, pela primeira vez uma emissora
norte-americana transmitiu simultaneamente para um grupo de seis países.
De acordo com a própria UNESCO, este é
um dia onde se deve celebrar o veículo rádio como uma ferramenta para melhorar
a cooperação internacional entre as emissoras e promover o acesso à informação,
à liberdade de expressão e igualdade de gênero através das ondas sonoras. Ou
seja, de alguma forma tudo o que o veículo já faz há mais de cem anos.
Além do mais, não bastasse toda a
belíssima história do rádio, planetariamente falando, o referido veículo
continua a ser o meio de comunicação social que atinge as maiores audiências,
adaptando-se continuamente às novas tecnologias e aos novos equipamentos. Apesar
de o mundo mudar continuamente, o rádio miraculosamente permanece.
No Acre, a emissora pioneira das
transmissões radiofônicas foi a Rádio Difusora Acreana, que foi ao ar pela
primeira vez em agosto de 1944, plena Segunda Guerra Mundial. Foi uma
iniciativa do governador Silvestre Coelho, político que compreendeu ser aquele
o melhor caminho para desencadear uma efetiva integração do então Território
Federal.
Os seringueiros e ribeirinhos, que
anteriormente somente sabiam das notícias de fora do seu habitat através de
portadores, principalmente pelos regatões que trafegavam nos inúmeros rios da
região, passaram, como por encanto, a partir das vozes que saíam daquela “caixa
falante”, a saber de tudo a um só tempo e hora, através da autodenominada “Voz
das Selvas”.
Depois da Rádio Difusora Acreana, a
comunicação no Acre nunca mais foi a mesma. Pode-se dizer sem medo de errar que
a emissora provocou a maior das revoluções na vida daqueles brasileiros que
tinham migrado das caatingas áridas do Nordeste do país para a profundidade de
uma floresta praticamente virgem que os tragava com crescente avidez.
E assim, a partir das ondas dessa rádio
da qual eu estou falando, surgiram os donos da voz. Ao longo desses 70 anos
foram muitos os locutores que embalaram as noites (e dias também, claro) de
milhares de acreanos com os seus timbres das mais variadas intensidades. Dos
mais graves de antigamente até os nem tanto assim dos tempos que correm.
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