quinta-feira, 20 de março de 2014

Os feras da transmissão esportiva no rádio

 
As ondas do rádio muito têm a ver com o futebol. A primeira transmissão ocorreu há mais de 80 anos, em 20/02/1932, em uma partida entre as seleções de São Paulo e Paraná, com locução de Nicolau Tuma. “Vendedores de ilusões” é uma perfeita definição para grandes narradores que honraram o meio. Nomes como Fiore Gigliotti, Waldir Amaral, Pedro Luis, Walter Abrahão, Jorge Curi, Osmar Santos, Armindo Ranzolin, Adilson Couto, Lombardi Junior e Willy Gonser brilharam, deixando um impressionante legado, e dando “vida eterna” à bela história do futebol no rádio. 
 
Outros como José Silvério e José Carlos Araújo, o “garotinho” e Haroldo de Souza, ainda estão na ativa e seguem fazendo história no dial. Bordões como “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”, “Apite comigo, galera”, “Ripa na chulipa, pimba na gorduchinha”, ou “Se for pro gol, me chama que eu vou”, ficaram eternizados no imaginário popular e são provas do sucesso do futebol no rádio.
 
Assim como o futsal pode servir de base para o futebol de campo, muitos narradores saíram do rádio para a televisão, e alguns ainda transitam nos dois meios. A excelente equipe da Estadão/ESPN, que conta com nomes como Rogério Vaughan, Everaldo Marques e Paulo Soares, o “amigão”, exemplifica bem isso. Um ponto importante a ser destacado ainda, é o fato do rádio, muito mais que a televisão, ser um meio de comunicação regionalista, até pela questão de alcance, de público alvo.

Diante do que foi apresentado, nos sentimos no dever de homenagear um veículo que tanto contribuiu com os amantes do futebol, sendo por muito tempo, a principal (e muitas vezes a única) forma de acompanhar as partidas. Listamos então, por regiões, os grandes narradores esportivos da atualidade e apresentamos a você.Comecemos no Nordeste, onde encontramos “o maior gol do mundo” com Aroldo Costa e a explosão do “garganta de aço” Roberto Queiroz, de Pernambuco, e o bom baiano João Andrade (Brocou!).
Descendo um pouco, observamos no centro-oeste a experiência de Edson Rodrigues e Cunha Filho dando a tônica.

Chegando ao sudeste, Minas Gerais nos apresenta a rivalidade levada a fio na Itatiaia, com dois ótimos narradores: Alberto Rodrigues e Mário Henrique, o “Caixa”, narradores oficiais de Cruzeiro e Atlético, respectivamente.
No sul, observamos o regionalismo profundo no orgulho gaúcho de Pedro Ernesto Denardin, que ficou famoso na final de Libertadores de 2006, ao exaltar exacerbadamente a conquista do Inter frente ao São Paulo. Porém, quem há muito tempo faz sucesso no rádio gaúcho é Haroldo de Souza, que segue carreira dupla como radialista e vereador na capital. Subindo um pouco, no Paraná, chegamos ao nome de Edilson Souza, bom narrador da rádio 98 FM.

Para o fim, deixamos propositalmente o centro SP/RJ, os dois grandes centros do rádio esportivo nacional. Em São Paulo, por muito tempo, quem dá as cartas é o “pai do gol”, o histórico José Silvério, da Bandeirantes, que decaiu um pouco por conta do tempo, e com isso, alguns nomes pedem passagem e se apresentam como “herdeiros” de Silvério. O grandioso Nilson César da Jovem Pan e o “tenor” da CBN Deva Pascovicci estão em grande fase e são os principais aspirantes. Já o experiente e folclórico Dirceu Maravilha e o impactante Eder Luiz passaram pela televisão, mas fazem sucesso mesmo é no rádio. Hugo Botelho é outro narrador do estado que merece ser mencionado.

O Rio de Janeiro é talvez hoje, o grande centro da narração esportiva do rádio brasileiro. O maior expoente é sem dúvida, o “garotinho” José Carlos Araújo, que recentemente deixou a Rádio Globo, depois de muito tempo. Foi a (nova) Rádio Bradesco e agora Transamerica, encabeçando uma série de mudanças de emissora, que definiru o panorama da narração no RJ. O excelente Luiz Penido deixou a Tupi e rumou à Globo, deixando claro que será o sucessor de “Garotinho”. Na Tupi, o ótimo Jota Santiago assumiu a posição de número um. Os cariocas ainda podem contar com a qualidade de narradores como Evaldo José e Edson Mauro, o que mostra a força do estado nesta área.

Com os nomes listados, perguntamos a você: Quem é o melhor locutor esportivo do rádio brasileiro na atualidade? Com tanta gente boa no meio, podemos ter esquecido algum(ns) nomes(s). Ajude-nos apontando o narrador, caso tenhamos esquecido.

Fica aqui nossa merecida homenagem ao rádio brasileiro, grande veículo de comunicação da primeira metade do último século, que muito contribuiu para nosso futebol e que ainda está bastante presente e tem muita utilidade na vida de muita gente. Parabéns aos 90 anos da radiodifusão no país. Vida longa ao futebol no rádio!


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