quinta-feira, 7 de abril de 2011

Rádio é fundamental para o futebol

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No estádio municipal de Taboão da Serra, o time local enfrenta o Taubaté pela penúltima rodada antes da fase final da Série A3 do Campeonato Paulista – ou terceira divisão do futebol do estado. A arena tem menos de 100 torcedores, espalhados por um só lance de arquibancada descoberta do modesto local. A chuva fina e o constante vento, embora fraco, incomodam os presentes. Mesmo assim, a maioria fica até o apito final de jogo.
O Taboão da Serra luta para não cair para última divisão do Paulista. Já o Taubaté está posicionado no meio da tabela de classificação e tem chances de passar para outra fase da competição. No fim, o jogo termina em 1 a 1. O resultado é ruim para os dois.
O domingo de futebol no Brasil é repleto de partidas com essas características e semelhanças. Times sem muita expressão, com esforçados jogadores em campo, se enfrentam em competições diversas em busca do sonho de conquistar um espaço no seleto grupo de clubes de futebol com grande visibilidade na mídia.
Para essas equipes, o único veículo de comunicação que cobre regularmente seus jogos é o rádio. Em qualquer partida de futebol realizada em alguma cidade de São Paulo, nas quatro divisões de futebol, há sempre a cobertura de uma emissora de rádio.
O locutor na cabine e o repórter de campo são figuras constantes nos mais remotos estádios de futebol por aí. O de Taboão da Serra foi o caso em uma partida com aparente desinteresse.
Isso cria a discussão da importância das emissoras de rádio para o futebol. Pode-se dizer que se trata do mais fundamental meio de ligação entre o esporte bretão e a sociedade. O que seria dessas competições marginais sem o rádio? Quem faria o registro desses acontecimentos? Como os jogadores desses modestos clubes poderiam ser lembrados sem essas emissoras nos jogos em que atuam?
Trata-se de uma reflexão bastante valiosa sobre o papel do rádio em um momento em que o debate está voltado à compra milionária de direitos de transmissão pela televisão do futebol brasileiro. A imagem tem seu imenso valor, mas o que seria do futebol sem a cobertura do mais que centenário meio de comunicação eletrônico do mundo? Com certeza, seria muito menos adorado. Já imaginou o Campeonato Acreano sem as transmissões da Rádio Difusora Acreana?

Augusto Diniz, de Taboão da Serra (SP)

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