Em entrevista ao jornalista Nelson Liano, o presidente do Náuas, Zacarias falou sobre a decepção do time frente à sua torcida.
“É um momento triste, difícil. O time
perde prestígio e popularidade junto à torcida. Todo mundo quer tirar
uma casquinha. Temos que aguentar o pseudônimo de ‘Tabajara F.C.’ Mas um
dia passa esse nó na garganta e a gente segue em frente”, disse.
Zacarias explicou a difícil situação
financeira vivida pelo time, que refletiu-se nos gramados. “O Náuas é
virtual. Não temos nada, nenhuma estrutura. O que temos é um passivo
(dívidas) de mais de 400 mil reais”.
Nas costas do “Cacique”
A maior parte das dívidas, segundo
Zacarias Lopes são em restaurantes, hotéis e agências de viagem. Na
gestão anterior, o time concordou em pagar as despesas das equipes da
capital, que colocaram como condição para jogarem em Cruzeiro do Sul.
“O Náuas não tem nada, mas tem aquilo
que nenhum outro time do Acre tem: uma popularidade e uma força
gigantesca de uma torcida. Nenhum outro time no Acre consegue sozinho,
cobrando 10 reais colocar por cinco vezes consecutiva mais de mil
pessoas no estádio, sem propaganda. O Náuas é um fenômeno!”, exalta.
O “fenômeno” deve-se a um fato simples: o
Náuas agrega em torno de si a identidade “juruaense”, com todos amores e
ódios atávicos que isso pode significar, principalmente perante aos
times da capital.
No entanto, apesar da vitória de ter
agregado uma torcida de fazer inveja aos times mais antigos de Rio
Branco, em pouco mais de quatro anos, tem servido principalmente aos
times visitantes que jogam na Arena do Juruá com as contas pagas pelo
mais novo time do campeonato.
Segundo Zacarias, a folha de pagamento
do Náuas é de 20 mil reais, mas os custos do campeonato são da ordem de
230 mil reais, valor superior à folha do Rio Branco (200 mil reais),
time que tem as melhores condições financeiras do campeonato.
Vitórias
Mesmo na evidente derrota do time no
campeonato, Zacarias aponta pequenas vitórias que devem ser comemoradas
por um time jovem que ainda está se estruturando.
“Nosso técnico recebeu um convite para
atuar em uma grande equipe da capital (Rio Branco). Tivemos o apoio
voluntário de nutricionistas e fisoterapeutas (Dra. Lorena, Janaína e
Samira) e apesar de todas as viagens, nossos atletas jogaram até o
final, e não se teve notícia de uma câimbra sequer.”
Zacarias aponta divisões internas como um dos principais motivos para a derrota do time, mas promete continuar se empenhando.
“O ano de 2012 foi triste, foi sujo, mas
agora estamos limpando. Eu quero servir o Náuas, não importa como. Se
alguém quiser ser o presidente eu faço uma portaria. Nós temos esta
torcida louca, maravilhosa. Temos que ser como os Índios Náuas que foram
estes guerreiros destemidos. Queremos transformar o Náuas em um time
igual ao Rio Branco ou superior, medir forças com a capital na
desportividade. E se para isso for preciso a gente troca já de
presidente, este é o nosso propósito. Nosso projeto está de pé”,
finaliza.
Leandro Altheman do Site Juruá Online
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