quinta-feira, 3 de maio de 2012

O fato e o argumento

   cabe__a_coluna__dand__o 
Fim da tarde de domingo, 29 de abril, céu prá de azul, praticamente sem nem uma nuvenzinha passeando pelos arredores, temperatura bastante agradável, nem calor escaldante nem frio de congelar os ossos... Eu diria que uma verdadeira perfeição para a prática do futebol (tanto para os jogadores quanto para a torcida que resolvesse ir aos estádios acreanos).

Cheguei à Arena da Floresta uns vinte minutos antes do jogo preliminar entre Juventus e Plácido de Castro. Levei um papo animado com os repórteres Paulo Henrique (com um par de óculos no estilo Matrix) e Alberto Casas (com o cabelo tingido de cal) e fui me acomodar atrás de uma das traves, onde eu sempre fico brincando de fazer fotografias.
Tudo mais ou menos como em todos os domingos de futebol, seja do campeonato acreano, seja das disputas das séries C e D. Quer dizer, tudo mesmo não. Faltava o presidente Manoel Façanha, que costumeiramente fica ao meu lado, também fazendo fotografias com a sua câmera/telescópio, e comentando, às vezes os lances de efeito, às vezes os golpes mais toscos.
Quinze minutos depois de iniciado o jogo, o Juventus levando algum sufoco do Plácido de Castro, resolvi ligar para o Façanha para saber os motivos da sua ausência. O telefone dele deu sinal de ocupado ou fora de área. Mais tarde liguei outra vez. Igualmente fora de área. Gol do Plácido! Liguei mais uma vez. Ainda fora de área. Comecei a ficar preocupado!
Como isso de ficar fora de área jamais aconteceu com o telefone do Façanha, comecei a pensar em alguma coisa fora do normal. Ele teria ido para a chácara do sogro e, na volta, o carro teria quebrado? Teria perdido o celular? Teria tomado umas cervejas a mais e esquecido a rodada dupla da tarde? Ou o homem teria sido sequestrado? Minha preocupação aumentou!
Felizmente, no finzinho do jogo, o Juventus já com dois cocos na cabeça (por culpa única e exclusiva da arbitragem, é claro!), eis que o Façanha aparece, ladeando o gramado, munido dos seus apetrechos de trabalho (câmera, gravador, luneta, cadeira desmontável, radinho de pilha, cronômetro, garrafas de água mineral e kit de sobrevivência na selva)!
Fiquei aliviado. Mas notei que ele não estava com cara de quem gostou do que comera. Apressei-me em perguntar o que tinha havido. E ele respondeu que estava tudo bem. Que demorou porque resolvera cobrir o jogo entre Alto Acre e Nauas. E que desligou o celular de raiva porque perdeu tempo, dado que o ônibus do time da fronteira quebrou na estrada.
Ainda tentei argumentar que essas coisas acontecem. Que a diretoria do Alto Acre podia não ter culpa de um defeito mecânico. Que isso, que aquilo... Todos os meus argumentos foram em vão. Resposta do Façanha: "Mestre, o Alto Acre saiu de Epitaciolândia depois do almoço. Acho que eles não queriam mesmo jogar. Talvez fosse o único jeito de não perder!"
Calei a boca e recolhi-me rapidinho à minha insignificância...

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