O imbróglio na Série C do Campeonato Brasileiro
promete ganhar uma longa batalha judicial e desportiva. O caso que tem como
protagonista o Rio Branco, do Acre, será levado à Fifa. E segundo o presidente
do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Rubens Approbato, a
consequência dos atos do clube pode trazer prejuízos sérios não só ao Rio
Branco como também ao futebol brasileiro e ao Estado do Acre. Todos eles podem
acabar desfiliados por conta da interferência da Justiça Comum.
“É a Fifa
que traça as regras internacionais do futebol e que são respeitadas por todos
os países, inclusive pelo Brasil, porque quem não respeita é excluído pela
Fifa, ou seja, cada um pode fazer o que quiser no seu país, mas no futebol tem
que obedecer as regras da Fifa. Quem não quiser obedecer, não precisa, mas fica
desfiliado”, explica Rubens Approbato.
O Rio Branco foi punido no STJD com a pena de
eliminação da competição depois de ter ingressado, ao lado do Estado do Acre,
na Justiça comum antes de esgotadas as instâncias da Justiça Desportiva, com o
objetivo de obter uma cautelar autorizando a realização de jogos com público na
Arena da Floresta, até então vetados por conta de recomendação do Ministério
Público do Acre à CBF. Em seguida, após a exclusão, uma liminar da Justiça do
Acre e do Rio de Janeiro determinou a reintegração do Rio Branco à Série C.
“O que pode acontecer, e isso é gravíssimo, é
comprometer até a própria atividade no Brasil. A Fifa pode até desfiliar o
Brasil porque não estar cumprindo as normas dela. É possível que não se chegue
a esse exagero, mas pode acontecer de pelo menos desfiliar o próprio Estado do
Acre, através de sua federação, ou o próprio clube. Espero que não chegue a
este ponto, porque seria uma desgraça geral ter um clube ou um estado
desfiliado da atividade que é a principal deste país”.
Rubens Approbato defendeu as medidas tomadas pela
Justiça Desportiva, um poder previsto na Constituição Federal, e que tem sua
autonomia perante os demais poderes.
“Antigamente você não sabia se ia ter jogo ou não,
porque sempre chegava na sexta ou no sábado à tarde, e no plantão alguém
entrava com uma medida e você não sabia o resultado. A Constituinte de 88 criou
uma única justiça que não faz parte do Poder Judiciário, que é a Justiça
Desportiva, e é Constitucional, ou seja, quem diz o Direito Desportivo não é a
Justiça Comum, é a Justiça Desportiva, salvo se ela não cumprir as suas
obrigações no prazo. Se ela cumprir, o que vale é a decisão da Justiça Desportiva”,
concluiu o presidente do STJD.
A medida que colocou o Rio Branco de volta na
disputa ainda é liminar, e o caso não transitou em julgado. O Luverdense/MT,
que ficou sem a vaga na segunda e decisiva fase da Série C, promete buscar os
seus direitos, e a competição pode entrar num beco sem saída. Ou pelo menos
demorar a achar a saída.
José
Geraldo Azevedo e Wellington Campos
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2 comentários:
Essa matéria saiu primeiro na Rádio Clube do Pará, na verdade foi uma entrevista feita com esse tal de Rubens Appobato no programa Cartaz Esportivo.
Por que a rádio clube do pará tem tanto medo do Rio Branco? As matérias deles só falam em banir o Estrelão do futebol.
Esse estrelão incomoda mesmo alguns paraenses.
Se os paraenses têm medo da CBF, o Acre está dando uma lição de coragem para o Brasil ver.
Não sabemos o final dessa história, mas gora temos que ir até o final e mostrar que aqui no Acre temos coragem, pulso firme, garra, força, que não fugimos da briga, que não somos covardes...enfim, vamos mostrar para a CBF o que o Acre brigou para ser Brasil e que o Rio Branco também vai brigar até sair vencedor. Se alguém quer conseguir acesso tem que ser dentro de campo e não fora dele.
Força Estrelão, mesmo que você seja eliminado do futebol por alguns anos, o Acre todo sabe que você é inocente.
Seja feita a vontade de Deus, pois não cai uma folha se quer de uma árvore, se não for da vontade dele.
Gostei Gilson! Parabéns pelo comentário, o que mais me dói, é saber que somos punido por uma praça maravilhosa de esporte que é o Estádio Arena da Floresta, e ver pessoas ser benefíciadas tendo praças esportivas piores do que o Arena da floresta, caso Luverdense e o tal Araguaína. Isso é de lascar! Eita Brasil porreta, Sede da próxima COPA DO MUNDO!
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