Depois
do Torneio Início, há dois domingos, quando os torcedores acreanos
puderam ver uma espécie de prévia do que os times locais têm a mostrar
neste ano de 2012, finalmente uma partida pra valer, com noventa minutos
de duração. E logo para começo de conversa, uma equipe do primeiro
escalão do futebol brasileiro é que vai dar as caras na Arena!
A raposa mineira, o glorioso Cruzeiro
das Minas Gerais, é que vai brindar a galera do Acre com a categoria e a
técnica dos seus jogadores, num confronto contra o Rio Branco, nosso
mais legítimo representante nos últimos anos, seja na Copa do Brasil que
ora se inicia, seja no campeonato brasileiro da série C. Uma pedreira
para o Estrelão assim logo de cara!
Comparar uma e outra equipe, dadas as
respectivas histórias, seria uma verdadeira insensatez. Só para se ter
uma idéia das diferenças entre Cruzeiro e Rio Branco no quadro
representativo, uma breve consulta ao Ranking Nacional de Clubes,
recentemente divulgado pela CBF, põe os mineiros em oitavo lugar e os
acreanos na posição de número oitenta e seis.
Além disso, mesmo que se leve em conta
que história e tradição não entram em campo ou, muito menos, ganham
jogo, é só comparar as folhas salariais dos dois elencos. O gasto total
mensal do departamento de futebol do Rio Branco, é claro, não é
suficiente para pagar nenhuma das estrelas do time das alterosas. Uma
diferença mais do que abissal entre uns e outros.
E ainda falando em dados numéricos, nas
23 participações de equipes acreanas (na primeira edição, em 1989, ano
em que foi implantado o profissionalismo no Estado, não houve
representante local na competição), somente oito vezes um time local
passou para a segunda fase da Copa do Brasil. Nas outras quinze vezes o
Acre foi eliminado rapidinho.
Nessas oito ocasiões em que os acreanos
passaram para a segunda fase, cinco vezes o feito ficou por conta deste
mesmo Rio Branco que hoje encara o Cruzeiro (MG): em 1993, passou pelo
Sul-América (AM); em 1995, passou pelo Palmares (RO); em 1997, passou
pelo Goiás (GO); em 2001, passou pelo Guajará (RO); e em 2006 passou
pelo Rio Negro (AM).
Dados esses números, parece correto
dizer que fazer a partida da volta (ou seja, não perder por mais de dois
gols de diferença, em casa) acaba sendo a grande aspiração das equipes
do Acre na Copa do Brasil. Fato que dá uma boa injeção financeira no
clube que consegue tal façanha. Passar para a segunda fase eu diria que
equivale quase a ganhar o título!
Se com isso eu quero dizer que a fatura
já está liquidada a favor do Cruzeiro? Absolutamente não. Eu não quero
dizer nada a mais do que disse. Falo apenas, leitor, do pedaço de real
que vejo pelo espaço da minha janela, na tarde de terça-feira, quando
escrevo essas mal traçadas: um céu de extremado azul. Por coincidência a
mesma cor da camisa dos mineiros!
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