Nos
anos de mais antigamente (e bota antigamente nisso!), quando alguma
criatura queria dizer que uma determinada situação acabara razoavelmente
bem para os diversos lados envolvidos, apesar de todas as angústias
pelas quais passaram os protagonistas da história, se costumava usar a
seguinte expressão: - Entre mortos e feridos, escaparam todos!
Pois apesar do desuso, penso que a
referida expressão bem que poderia ser trazida para os tempos atuais
para definir o final da novela que envolveu a participação do Rio Branco
no campeonato brasileiro da série C desse ano da graça de Nosso Senhor
Jesus Cristo de 2011 - cento e doze depois da fundação da República de
Galvez, nunca é demais lembrar -.
A história, todo mundo que acompanha o
futebol acreano sabe de cor e salteado. Tudo começou com a interdição do
estádio Arena da Floresta para receber público nos jogos das séries C e
D, por conta de uma ação da Procuradoria de Defesa do Consumidor do
Acre. Ato que desencadeou uma série de recursos e contra-recursos nas
justiças comum e desportiva.
Como nem a Fifa, entidade maior do
futebol planetário, nem a CBF, instituição que dirige o futebol brazuca,
admitem a "intromissão" da justiça comum nas suas contendas, o que iria
acontecer, caso o Rio Branco fosse até as últimas consequências na
defesa dos seus direitos, era a desfiliação do clube acreano, a despeito
deste possuir todas as razões do mundo.
O pior de tudo é que enquanto durasse a
confusão, enquanto não se chegasse a um denominador comum que definisse
se o Rio Branco deveria ou não continuar disputando as partidas do grupo
E, aonde chegou por méritos próprios, ganhando no campo de jogo, o
campeonato da série C ficaria parado, em detrimento de gente que não
tinha nada a ver com isso.
O jeito mesmo, então, era o Rio Branco
desistir da ação. Mas não de mãos abanando, depois de tanta luta e,
ainda mais, levando-se em conta o motivo inicial (a interdição do
estádio, totalmente inadequada, no meu ponto de vista, e no de um monte
de gente que freqüenta o citado local e com quem eu conversei nos
últimos dias) pelo qual se chegou ao impasse.
O acordo extrajudicial entre CBF,
justiça desportiva, Procuradoria Geral do Estado do Acre e Rio Branco,
nesse sentido, acabou tendo o poder de diminuir uma injustiça. O time
acreano ficou mesmo fora da luta pelo acesso à série B de 2012, mas
conseguiu evitar o rebaixamento para a série D do próximo ano. Dos
males, o menor. Feridos e mortos todos salvos!
Mas um detalhe ainda me incomoda. Como
fica a Arena da Floresta, tida e havida hoje por inúmeras equipes e
jogadores que já passaram por lá, como uma das praças esportivas mais
modernas e confortáveis do Brasil? Nós vamos poder assistir jogos na
Arena no ano vindouro? Uma idéia: implode-se a Arena e a gente volta aos
jogos no "José de Melo". Que tal?
Um comentário:
Concordo plenamente Professor Dandão! Tem coisas que acontece aqui no Acre, que deixa qualquer um com a Boca Aberta! Essa interdição foi uma delas! E o que mais dói, você que é uma pessoa rodada, sabe que tem praça esportiva da 1ª Divisão que o Estádio Arena da Floresta não deixa a desejar! Já que no Arena da Floresta não se pode jogar futebol e ter a presença de Público, o José de Melo, pelo menos vira caldeirão!
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